Eu nunca fui muito fã de televisão, ainda mais com as baboseiras que se vê nos canais abertos ultimamente. Mas do programa Caçadores de Relíquias (no original American Pickers) que passa no History Channel, eu posso dizer que sou fã. Sempre que assisto a um episódio, parece que eu estou junto com o Frank e o Mike, entrando naqueles celeiros empoeirados, cheirando a mofo e atulhados de "tranqueiras" que pra mim valem ouro.

Claro que, sempre que posso, tento vasculhar os ferros-velhos e antiquários aqui de Porto Alegre procurando algum item, seja qual for, que valha a visita. E domingo foi um desses dias! Acordei cedo e fui visitar o Brique da Redenção, o mais famoso mercado de pulgas da capital gaúcha. Com olhar atento, revirei as bancas a procura de algo que nem eu sabia o que era... mas achei!

Primeiro foi um pequeno brinquedo a corda de um AT-AT com um Stormtrooper de Guerra Nas Estrelas. Tá bom, vinha no McLanche Feliz... mas azar, é do Guerra Nas Estrelas! E semana que vem eu vou buscar o Darth Vader.

Em outra banca eu achei uma pilha de adesivos internos de vidro, todos da década de 70 e 80, quando eles não vinham com cola, e tínhamos que molhar (leia-se lamber) o adesivo para ele grudar no vidro. Acabei achando o adesivo abaixo, comemorativo aos 10 anos da loja Hobby Brinquedos. Quem tem mais de 30 anos e mora em Porto Alegre, certamente passou sua infância nesta loja. Ela era referência em carrinhos de Autorama e "Kits Revell". Lembro de passar as manhãs de sábado correndo com meus Autorama na pista da loja da Avenida da Azenha, com os donos da loja sempre dando esporro na gurizada por causa da bagunça. Este é certo que vai pro vidro do Pápa-Léguas.

Mais adiante achei um brinquedinho para aumentar a coleção de Barbies da minha filhinha: um buggy! Trata-se de um modelo bem diferente, que lembra de longe um Meyers Manx, mas muito charmoso. Claro que eu já estou cogitando a idéia de desmontá-lo e pintá-lo com uma tinta candy, pôr umas calotas moon e uns bancos de tigrinho, bem anos 70!


Motor boxer a ar, claro!

Mas a "cereja do bolo" veio logo depois, na mesma banca, escondido dentro de um cesto de carrinhos de plástico bolha: Uma réplica do SP2! Eu já havia falado nela nesta postagem e nunca imaginei que iria encontrar um. Ele está sem os "acessórios" que o acompanhavam, mas está em muito bom estado, sem amassados e com as rodas originais. Confesso que gostei da cor do plástico, meio amarelo com uns detalhes em azul, totalmente psicodélico. Tem uns restos de adesivos nele, mas acho que foram colados depois.

Muitos falam em 10.217, outros em 10.300, eu já ouvi quem acreditasse que foram mais de 10.600. Mas na realidade, quantos Volkswagen SP2 foram produzidos no total?

É isso que o blog Volkswagen SP2 Clássico quer descobrir!

Infelizmente o número total é um mistério pois, nem a própria Volkswagen do Brasil tem a quantidade exata em seus registros, mas podemos chegar bem perto do número total de carros produzidos. E não será uma tarefa tão difícil, basta olharmos o número do chassis do carro.

Eu explico: a numeração do chassis era sequencial, desde o primeiro até o último carro a sair da linha de montagem. Com isso, basta olharmos o número do chassis para sabermos em posição da "fila" de produção o carro estava. Simples assim. Claro, que os últimos modelos saíram em 1976, por isso, este é o ano que nos interessa.

Vejam estes exemplos: o SP2 do meu amigo Stéfano Giglioli (que foi o mentor intelectual deste projeto) tem o chassis 10.185, já o SP2 do meu amigo Airton Muñoz tem o número 10.160. Bom, com isso sabemos que o SP2 do Stéfano saiu depois do carro do Airton da linha de montagem.
Podemos fazer da seguinte forma: quem quiser participar, e tiver um SP2 com chassis acima de 10.000, pode enviar um e-mail para vwsp2classico@gmail.com com os dados do carro e uma foto dele (não se preocupe que a numeração da placa eu escondo). Assim poderemos ver quem tem o SP2 mais antigo e chegarmos perto do número total de carros fabricados.

Vamos lá pessoal, participem!!

Será entre os dias 29 e 31 de março de 2013, novamente na aprazível cidade de Barra Bonita / SP.

Presenças confirmadas de Márcio Piancastelli e José "Jota" Novita. Teremos, também uma boutique SP2 com itens exclusivos e área VIP para os sócios do VW SP2 Club. Aliás, quem quiser associar-se no clube pode enviar um e-mail para: inscricao@vwsp2.com.br

Maiores detalhes podem ser obtidos pelo e-mail: encontro@vwsp2.com.br

A propósito: não esqueçam de curtir a página oficial do VWSP2 Club no Facebook.

Em breve teremos novidades. Aguardem!

Olá pessoal. Vamos agora com a última parte da série de postagens sobre o detalhamento da desmontagem da base do volante do SP2. A 2ª parte pode ser conferida aqui e a 1ª parte, aqui.

Chegou a hora de retirarmos o rolamento do volante, que é específico do SP2, não sendo compatível com nenhum outro modelo da VW que possuem um rolamento do tipo panela, com um lado reto e outro ovalado e mantem-se no lugar pela ação de uma mola. O tipo usado no SP2 tem ambos os lados retos e não possui mola, sendo travado por uma bucha plástica que entra sob pressão entre o rolamento e a haste do volante. Talvez o Passat possua um rolamento igual, pois usa o mesmo tipo de base do volante, porém não tenho certeza quanto à isso.

Para retirarmos o rolamento, usamos uma ferramenta específica chamada de alicate para anéis internos, que consiste em um alicate com duas pontas finas e redondas, que são inseridas nos dois olhais existentes no anel metálico de fixação do rolamento, como mostra a foto abaixo.

O próximo passo foi mergulhar o rolamento em aguarrás para eliminar totalmente a graxa antiga, poeira e qualquer traço de sujeira, para que ele role com suavidade novamente. Para a lubrificação correta, utiliza-se graxa azul de lítio, própria para rolamentos. Espalha-se a graxa por todo o recesso das esferas com o auxílio de um pincel pequeno e chato, tomando o cuidado para não exagerar na quantidade de graxa.

Meu amigo Rudinei Junkes passou um material muito interessante que foi postado, primeiramente, no Fórum Fusca Brasil, mostrando as cores e tonalidades de revestimento para os VW SP2 no ano de 1974.

É importante notar a diferença nas cores e nos revestimentos disponíveis entre 73 e 74. Em 1973 tínhamos disponíveis 3 tonalidades diferentes de revestimentos: preto, areia e bege, como mostra o catálogo abaixo.

Catálogo 1973

Já em 1974, excluiu-se a tonalidade areia e manteve-se apenas o preto e o bege como nos catálogos abaixo. As demais tonalidades: areia, castor e vermelho eram empregadas em outros carros da montadora.

Notem, também, que o SP2 que saía de fábrica com a cor azul caiçara, tinha apenas a opção do interior preto. Já o carpete de buclê de nylon teve sempre a mesma tonalidade, um cinza-chumbo, da marca Tabacow.

Espero que estas informações sejam úteis para quem está restaurando algum SP2 destes anos.

Meu novo amigo Airton Munõz, que mora na cidade de Alegrete / RS, disse que queria colaborar com o blog enviando algumas fotos do seu SP2. E que colaboração!

À primeira vista parece ser um SP2 como qualquer outro, mas este exemplar 1976 tem o número do chassis BL10160, ou seja, foi um dos últimos exemplares a sair da fábrica de São Bernardo do Campo / SP. Além disso, é o único exemplar de sua cidade. E foi neste ano que a Volkswagen trocou a tonalidade branco lótus (depois de 7 anos, pois esta cor foi lançamento da linha 69) pela tonalidade branco polar.

O branco lótus é uma tonalidade mas amarelada e o branco polar é mais claro, mais "puro" por assim dizer, como podemos notar nas fotos abaixo.